sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Papagaios de Papel


From the film "Kite Runner", 2007


"Kite Runner", romance de Khaled Hosseini, que arrebatou com este livro grandes prémios internacionais da literatura, foi adaptado ao cinema por Marc Foster, e comove não só pelas lindíssimas imagens que mostra, mas por tudo aquilo que fica por mostrar.
Retratando o prestes, o durante e o após a invasão russa do Afeganistão, o filme narra a história de dois amigos, Amir e Hassan, cuja principal paixão são os papagaios de papel. Mas quer a sua infância, quer a sua amizade, que pareceriam resistir aos maiores torpedos de intolerância, daqueles que zombavam das suas diferenças sociais, acabam por ser assoladas, pelo seu confronto cruel com o lado mais duro e perverso do ser humano e das suas guerras políticas e religiosas.

Retorno às coisas verdadeiras...

Roubadas as virtudes, pergunto, será que sobra alguma coisa? A meu ver, o filme mostra que sim. Embora secretamente eu tema que, seguindo por este caminho, as reduzamos à poeira da nossa auto-destruição. Como uma velha lembrança daquilo a que tivemos acesso.
Será que das cinzas ainda se erguem valores?
Vou esperar como o papagaio, que rasga os céus à deriva, esboçando formas e sentidos que só compreenderemos quando finalmente nos soltarmos. E recordando uma bonita canção de um outro filme conhecido, termino lamechando, “Somewhere over the rainbow, bluebirds fly. Blue birds fly over the rainbow, why, oh why can’t i?”

Um comentário:

Marlene G. disse...

quero ler e depois ver o filme (que nem sabia que havia filme!). agora estou a ler a tousand splendid suns (ou em tuga mil sois espendidos! lol) e estou a adorar!

PS - obrigada pelo comentário! mas manha fuzilo-te! lol