sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Salvação

Como remediar alguns dos pensamentos mais parvos dos últimos dias...É como quando estamos com sono, só saí parvoíce!! O pior é que agora temos a internet e não um diário privado. E assim sentimo-nos culpados... Talvez com esta imagem fofinha:



Pronto, já está! Ratinhos fofinhos e humanos sem maldade nenhuma, o melhor de nós! Como vêem somos capazes!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Momento de Azia



Somos dois ratos no esgoto
Num mundo grande demais para ser
Dá-me mais queijo
Alimenta-me
que eu não paro de comer
Cheira mal, o que é que importa?
Se ninguém se lavar
ja não me chamam porca
Por isso rouba, maltrata e mente
Mata se for preciso
Estamos a quilómetros, e a quilómetros, de distância do Paraíso

Porque é que te agarras com tanta força?
Um dia a corrente vai levar-te
Suja-te, confunde-te com os outros
Fica a pele envelhecida
quando o pêlo te largar
Somos todos iguais
Acabou-se a fantasia!
Salve-nos a metamorfose
Pois a peste veio para ficar

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O Acto de Amor do Povo



Acabei de ler “O acto de amor do povo” de James Meek, escritor londrino que, devo dizer, arrebatou. Como todas as grandes leituras, que quando acabam requerem uns momentos de séria reflexão, deixei-me ficar durante dois dias a gozar a aura do seu rasto, sem tentar tão pouco traduzir mensagens que não se trocam por palavras simples.

Meek teve a habilidade de projectar naquelas páginas o horror e a beleza como fontes paralelas, levantando questões da natureza humana tão profundas, quanto se apoiam na realidade do nosso mundo.

No contexto da Guerra Civil Russa, são factos genuínos que muitas centenas de soldados checos foram deixados sem condições no norte da Rússia pelo colapso do império Austro-Hungaro, que seitas utopistas praticavam actos de castração religiosa ao longo do século XIX, e que havia prática, entre os presidiários russos e soviéticos evadidos, de levar um companheiro mais ingénuo para se alimentarem durante a fuga, como o próprio Meek desvenda no final do livro.

Se por um lado o autor nos transporta até à condição mais básica do ser humano, um animal que vive da sua fome com a certeza de uma morte certa que virá, por outro, mostra-nos a sua capacidade mais sublime de Amar e de dependência dos outros. Um homem mais forte que o próprio corpo que habita, capaz de desafiar a maldição que nos leva para o limite da destruição, nunca perdendo por isso os seus sonhos.

Os fins justificam os meios? E os meios asseguram os fins? – questões e dilemas de ontem, de agora e de sempre!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

I'm so sorry, rendi-me ao senhor...




"Edward the confessor"...DIZ TANTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!...que não posso ignorar!

Mais papagaios...

Kites fly all over the skies,
And change in shapes what we can't hold by,
The beauty of freedom and the trace of random wishes,
Release us from ourselfs and our vicious society

Papagaios de Papel


From the film "Kite Runner", 2007


"Kite Runner", romance de Khaled Hosseini, que arrebatou com este livro grandes prémios internacionais da literatura, foi adaptado ao cinema por Marc Foster, e comove não só pelas lindíssimas imagens que mostra, mas por tudo aquilo que fica por mostrar.
Retratando o prestes, o durante e o após a invasão russa do Afeganistão, o filme narra a história de dois amigos, Amir e Hassan, cuja principal paixão são os papagaios de papel. Mas quer a sua infância, quer a sua amizade, que pareceriam resistir aos maiores torpedos de intolerância, daqueles que zombavam das suas diferenças sociais, acabam por ser assoladas, pelo seu confronto cruel com o lado mais duro e perverso do ser humano e das suas guerras políticas e religiosas.

Retorno às coisas verdadeiras...

Roubadas as virtudes, pergunto, será que sobra alguma coisa? A meu ver, o filme mostra que sim. Embora secretamente eu tema que, seguindo por este caminho, as reduzamos à poeira da nossa auto-destruição. Como uma velha lembrança daquilo a que tivemos acesso.
Será que das cinzas ainda se erguem valores?
Vou esperar como o papagaio, que rasga os céus à deriva, esboçando formas e sentidos que só compreenderemos quando finalmente nos soltarmos. E recordando uma bonita canção de um outro filme conhecido, termino lamechando, “Somewhere over the rainbow, bluebirds fly. Blue birds fly over the rainbow, why, oh why can’t i?”

domingo, 5 de outubro de 2008

Everything that lives must die...

1998, Paredes de Coura: uma menina de 13 anos assistia entusiasmada àqueles que viriam a ser dos melhores concertos que viu até hoje. Soube-o naquela altura, que as paixões fortes dessa idade podem acompanhar-nos a vida inteira, pois são emoções que não se apagam e que nos vão alimentando sempre que nos falta um incentivo maior.
É necessário voltar atrás, de vez em quando, àqueles lugares e àquelas histórias.
Desejando muito a sério repetir fisicamente a experiência, para já recordo alguns dos nomes mais promenientes dessa edição, Tindersticks e Divine Comedy, enquanto tropeço numa "daquelas músicas especiais" desta última grande banda norte americana, "The dogs and the horses".
E com um charme recém descoberto do vocalista principal, Neil Hanonn, a menina volta a surpreender-se, fecha os olhos e balança....