quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Manoel, a "Oliveira"




O reconhecido “mestre” da arte cinematográfica portuguesa já é um monumento incontornável. Manoel de Oliveira completa 100 anos em Dezembro deste ano e é o mais antigo realizador português. Quer se aprecie ou não o seu género peculiar, este senhor resiste ao tempo e continua a sair nas páginas dos jornais, lusos e além fronteiras.

E ao que parece a longevidade traz realmente frutos. Galardoado “finalmente” (palavras do próprio durante os agradecimentos), a 19 de Maio, com a Palma de Ouro pela sua carreira artística num dos maiores festivais de cinema mundial, o controverso realizador reforçou a emoção do momento, num enérgico “Viva o Cinema” que soltou no final discurso, em Cannes.

O prestigiado prémio foi entregue pelas mãos do actor francês Michel Piccoli, numa cerimónia onde marcaram presença o júri de Cannes, o realizador norte-americano Clint Eastwood e o presidente da Cinemateca Portuguesa, João Bérard da Costa. “Foi a melhor forma de receber este prémio” confessou Manoel de Oliveira, sublinhando que não gostaria de ser distinguido em competição com os seus colegas realizadores.

Filmes como “Douro, Faina Fluvial” (1931), “Aniki Bobo” (1942), «Le Soulier de Satin» (1985), «Os Canibais» (1988), «Vale Abraão» (1993) “O Convento” (1995), “A Carta” (1999), “Vou para casa” (2001), “O Princípio da Incerteza” (2002), e “O Quinto Império” (2004) são alguns dos mais de 40 filmes que já dirigiu.

Mas pensa-se que se sente realizado? Conformado? Confortado? Palavras que não reconhece por inteiro. Manoel, “a Oliveira”, árvore bem portuguesa que cresce na terra e se estende para o céu, que vê passar estações completas e perdura firme e fiel a si mesma, não se fica, ameaçando “Continuo enquanto me deixarem e enquanto tiver saúde”. Amén!

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