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sábado, 18 de abril de 2009

Radiografia de mim



Ao analisar o meu blog retrospectivamente tracei um perfil de mim própria: romântico-pateta, sonhadora-ingénua, divagante-chata.
Bah, que retrato enfadonho. Falta-me um pouco de pimenta!
Ainda bem que existem as outras perspectivas da câmara. Aquilo que se vê de frente não é verdade, porque esconde tudo o resto, nega o ser...e só nos mente. A radiografia é também um disparate pois, como a psicologia, procura no interior e revela as sombras na obra de arte - admite-as, o que é um bom princípio, mas ainda que se esforce não faz delas o sentido.
E eu sou assim, um pouco de branco e de preto, de luz e confusão...
E continuo feita parva, à procura de uma forma que me defina...Estico os dedos...e começo pela mão...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Uma árvore no pulmão



Hoje, quando sentada em frente ao computador tentava fazer delete de mais alguns momentos extenuantes que vivi no meu trabalho, encontrei algures esta noticia http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1200940 que me deu azo para divertidas considerações.
Ao que parece foi encontrada dentro do pulmão de um paciente, que operavam por suspeita de cancro nos pulmões, na Rússia, uma pequena árvore em crescimento.
Artyom Sidorkin, de 28 anos, era o feliz portador de um abeto vigoroso, qual jardim interior ou reserva natural de beleza incomparável, não fossem as dores no peito e a tosse persistente causadas pelo abusado invasor.
Se as árvores são para as cidades os seus pulmões, os pulmões são para as árvores as suas cidades prometidas. De estrutura esponjosa e confortável, com uma temperatura húmida mas agradável, o órgão elástico, profissional da hematose no corpo humano, terá com certeza acolhido no seu seio, com as melhores condições possíveis, e comprovadas, a semente que timidamente se infiltrou via nasal rumo ao berço de gestação.
Life finds its way. Ou, direi mais:Life Works in strange ways.
Quando aquilo que nos dá vida, também nos pode levar à morte…chegamos à conclusão que o mundo é realmente feito de contra-sensos, ressalvas e excepções, “mas” e “sess”, descobertas e incógnitas.
Verdadeira ou falsa, quando a própria imagem da notícia levanta dúvidas a quem não é especialista, lanço-te mesmo assim um Avé Ó Grande Universo. Mais uma vez fizeste-me sorrir.

sábado, 21 de março de 2009

Oh lala! Le Printemps est'arrive!!




Estava eu na Primavera da vida, menina sorridente e colorida, vestia um pijama cor de rosa, com uma frase que não conseguia entender "Oh lala! Le Printemps est'arrive!":
- Mãmã o que é que quer dizer??
- Quer dizer que a Primavera já chegou.
E eu sorria, sem saber porquê. A simples audição destas palavras transmitia uma boa sensação.
A Primavera é a estação da esperança, da fertilidade, do crescimento...a melhor estação da vida!! Depois vivemos o Verão da adolescência, amadurecemos, atingimos o nosso ponto ideal já em adultos, até que o tempo assume o seu controlo, e começamos lentamente a regressão para voltarmos à terra, transitando pelas duas estações finais. Não deixam de ser estações belíssimas, o Outono e o Inverno, mas de uma forma distinta, pintados em tons mais secos e sombrios, em que estamos cientes de todo um ciclo, com memória de uma fantasia mais objectiva.
Dia 21 de Março, primeiro dia da Primavera (e da Poesia também), sentia-se uma brisa gelada...mas não passou ao lado:

From you have I been absent in the spring
When proud-pied April, dress’d in all his trim,
Hath put a spirit of youth in every thing,
That heavy Saturn laugh’d and leap’d with him.
Yet nor the lays of birds, nor the sweet smell
Of different flowers in odour and in hue,
Could make me any summer’s story tell,
Or from their proud lap pluck them where they grew:
Nor did I wonder at the lily’s white,
Nor praise the deep vermilion in the rose;
They were but sweet, but figures of delight,
Drawn after you, you pattern of all those.
Yet seem’d it winter still, and you away,
As with your shadow I with these did play.


Shakespeare, 1609

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Quando morrer quero ser diamante


Parece surreal, no entanto, algo poético. E parece que já se faz há alguns anos, mas quando recebi na minha caixa de email esta notícia, fiquei realmente abismada. Embora ainda seja bastante caro, talvez a prática venha a dar um novo sentido à expressão "aquela rapariga é uma jóia de pessoa". E não é que o poderá vir mesmo a ser, literalmente, depois de morta?

A metamorfose humana para um objecto inanimado, mas de uma beleza rara e extraordinária. Não soa a poesia?

O oposto do espalhar as cinzas sobre a terra, ou sobre o mar...ao invés de nos entregarmos ao mundo, entregarmo-nos a uma só pessoa, egoísta ou especial.

Podemos passar a ser herança, esgotar a lembrança até sermos só mais um anel.

Ou até vários, um conjunto de jóias, de vários tons e feitios: "Quinhentas gramas de cinzas bastam para fazer um diamante, enquanto o corpo humano deixa uma média de 2,5 a 3 kg depois da cremação", explica Rinaldo Willy, um dos co-fundadores do laboratório, logo cada humano dará cerca de 5 diamantes, para distribuir pela família.

Sem mais comentários, aqui fica o link para quem não acredita: http://www.swissinfo.ch/por/archive.html?siteSect=883&sid=6208251&ty=st.